Como podemos ensinar alguém a gostar?
O gosto é um traço único e personalíssimo. Da aparência, ao sabor, do som ao aroma… tudo é questão de gosto. Como ensinar então, alguém a gostar de um conjunto de elementos culturais?
A transmissão familiar, através das gerações, é um veículo poderoso, que determina o sentimento atávico e contribui para a formação da tradição. E durante tantos anos, ela tem nos servido bem.
Mas gerar o sentimento de pertencimento, necessário ao fortalecimento do Tradicionalismo Gaúcho, demanda ampliar a base de transmissão da tradição. E isso somente pode ocorrer, através da educação.
Barbosa Lessa dizia que a única maneira de gerar o engajamento necessário em um povo, apto a criar um elemento hereditário na cultura regional, é o ensino. E este ensino incumbe àqueles que efetivamente detém o conhecimento e a propriedade de fala para instrumentar essa iniciação cultural, às gerações vindouras.
Antes mais do que se tornar apenas um credo morto, a tradição deve ser uma força pujante, dinâmica e extremamente versátil, que busque se reinventar a cada dia, no caminho para o futuro.
Competir com os tantos derivativos culturais da modernidade, já era um desafio quando se criou o Movimento Tradicionalista Gaúcho. Aliás, ele foi criado com esta finalidade. Oferecer uma frente terrunha aos estrangeirismos, permitindo o resgate e a preservação da cultura regional.
A história é cíclica, e cá estamos nós, novamente, na mesma encruzilhada do grupo dos 8. Para onde vamos, e como iremos ensinar o gosto pela nossa cultura às gerações vindouras?
Essa é a grande indagação, e ao mesmo tempo, a estratégia central do trabalho a que nos propomos.
Porque, sabemos, que é preciso conhecer para querer bem!
Comissão dos 50 anos do MTG/SC.